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domingo, 31 de julho de 2011

Ignazio Giunti

Ele é o terceiro do trio de grandes pilotos italianos do final dos anos 60 que pereceram de modo trágico, antes de alcançarem a glória,seu nome: Ignazio Giunti.
Ignazio Giunti nasceu em Roma, em 30 de agosto de 1940;Seus pais,Pietro e Gabriella Giunti, tinham origem nobre, eram ricos e donos de uma vasta rede hoteleira na Calábria.
Isso proporcionou uma educação melhor e uma vida tranquila a Ignazio, que poderia ter sido um bem sucedido empresário da hotelaria,mas ele havia se apaixonado por outro mundo, o das corridas de automóveis.


                                                                 
                                                                      Ignazio Giunti


Começou a competir,escondido dos pais, aos 20 anos de idade, com uma Alfa Romeo Giulia TI alugada,chegando em 3° na sua classe logo na prova de estréia.
Competiu nas provas de turismo a bordo de BMW 700, Fiat Abarth 850 C,mas o carro de turismo que mais alegria lhe deu foi a Alfa Romeo GTA; com ela ganhou o titulo de "Rei de Vallenunga", o mítico autodrómo romano (que hoje leva seu nome).


                                                    
                                                     Giunti e o GTA em Vallenunga,1967


Em 1966, Giunti começa a competir em provas de protótipos, das quais se tornaria especialista, a exemplo de seus compatriotas Bandini e Scarfiotti.
LeMans, Sebring,Vallenunga,Targa Florio,Daytona:nenhuma guardava segredos que Giunti não sabia; 3° em LeMans 1968, fazia uma união quase espiritual com sua Alfa Romeo T33.


                                                             
                                          Giunti e o Alfa Romeo T33 em Daytona 1969


Em 1969, começa a competir pela casa maior italiana, a Ferrari; e com a mítica 512S, venceu Targa Florio e Sebring em 1970, foi 2° nos 1000 km de Monza,4° no 1000 km de Spa e vencedor das 9 hs de Kyalami na África do Sul, já a bordo da nova 512M




                                                Giunti e a Ferrari 512 em Daytona 1970


                                                                    
                                        Giunti e a Ferrari 512 LM em Nurburgring Nordschife 1970


Seu talento a bordo dos protótipos do cavallino rampante logo o fazem pilotar para a fábrica de Maranello também na F-1, onde fez apenas 4 corridas ainda em 1970, mas como uma estréia arrebatadora em Spa,na Bélgica: 4°lugar.


                                                                  
                                       Giunti e a Ferrari 312 B V-12 de F1 em Spa 1970


Vem o ano de 1971, e com ele muitas esperanças para Giunti, que se firmava como grande piloto;para a Itália, era a esperança de um novo herói,após as partidas trágicas de Lorenzo Bandini e Ludovico Scarfiotti.A prova de abertura do calendário de protótipos era os 1000 km de Buenos Aires e Giunti era favorito, com sua Ferrari 312 PB.


                  
            Giunti e a Ferrari 312 PB em Buenos Aires, instantes antes de seu trágico destino.


A Ferrari havia inscrito a 312 PB, revezando a pilotagem entre Giunti e seu compatriota, Arturo Merzario;Com Giunti ao volante, a Ferrari estava na frente do mítico Porsche 917 K,pilotado pelo mexicano Pedro Rodriguez. Giunti decide abrir vantagem em rítimo de volta de qualificação antes de ir para os boxes,cumprir o revezamento,e na 36° volta, ocorre a tragédia;
O Matra-Simca MS 660 de Jean Pierre Beltoise fica sem gasolina na saida da curva Horquilla, a ultima antes da entrada dos boxes;O Matra para do lado esquerdo da pista,e como a entrada era do lado direito,Beltoise decide fazer uma das manobras mais imbecis da história: atravessar a pista empurrando seu carro;Ignorando o apelo dos fiscais de pista,que agitavam freneticamente suas bandeiras amarelas, o francês começa sua burrice e então, apontam na curva duas Ferraris: a 512 M pilotada pelo inglês Mike Parkes e Giunti em sua 312 PB.
Parkes,pelo lado interno da curva, visualiza o Matra em cima e consegue desviar por milimetros;Giunti não tem a mesma sorte: a 312 PB se choca violentamente contra a traseira do Matra e explode;Giunti é retirado do monte de aço retorcido em chamas que outrora era uma Ferrari, com 70% do corpo queimado; Morre ao dar entrada no Hospital Central de Buenos Aires. Beltoise foi considerado culpado pela sua morte, e a justiça argentina o baniu de competições naquele pais, e num espaço de 4 anos, a Itália chora a morte de seus 3 grandes pilotos, abrindo uma ferida e criando um trauma que nunca foi superado. A Águia Asteca, alusão ao seu capacete, já não voava mais.


                                            
                                           a Águia Asteca pintada no capacete de Giunti


                       
                           Video mostrando a manobra estúpida de Beltoise e a morte de Giunti






                                              O acidente fatal de Giunti visto de outro ângulo